domingo, 14 de fevereiro de 2010

Desigualdades Raciais na Educação Brasileira

Desigualdades Raciais na Educação Brasileira

Nesse texto aborda sucintamente alguns resultados da pesquisa do Saeb (2001), sobre desigualdades raciais no contexto educacional brasileiro.
De acordo com a perspectiva de Guimarães (2002), entendendo o conceito de raça como construção social e conceito analítico fundamental para a compreensão de desigualdades sociais – estruturais e simbólicas - observadas na sociedade brasileira. Certas discriminações são subjetivamente justificadas ou inteligíveis somente pela idéia de raça, que é usada para classificar e hierarquizar pessoas e segmentos sociais. O uso do conceito de raça ajuda a atribuir realidade social à discriminação e, conseqüentemente, a lutar contra a discriminação. No Brasil, as relações raciais estão fundadas em um peculiar conceito de raça e forma de racismo, o “racismo à brasileira”
O objetivo deste texto é analisar várias questões associadas à cor ou raça dos alunos. Caracterizando o desempenho escolar dos alunos, segundo os grupos de raça, e as estruturas escolares que favorecem um melhor desempenho de uma forma geral. O fator socioeconômico mostrar como ajudar a entender os problemas da qualidade do ensino, expressa em termos de desempenho escolar, e da iniqüidade entre alunos segundo a raça
O nível socioeconômico do aluno é, sabidamente, o fator com maior impacto nos resultados escolares de alunos. Esse é um constrangimento real, extra-escolar, que pode ajudar ou dificultar o aprendizado do aluno e que afeta diretamente o funcionamento e a organização das escolas e das salas de aula. O importante seria diminuir as diferenças entre a condição socioeconômica e cultural dos alunos de um sistema de ensino por meio de políticas sociais, onde com certeza terá impacto nos resultados cognitivos dos alunos, controlando simultaneamente fatores externos ao ambiente escolar como capital cultural e econômico da família e situação da comunidade na qual a escola se encontra.
Segundo (Guimarães, 2002), cujas especificidades são significativas para compreender as relações entre os grupos de cor e as desigualdades associadas. Particularidades como a relação entre raça e classe social na hierarquização das pessoas, as idéias sobre o “embranquecimento”, o “mito da democracia racial”, construídas na história das relações raciais brasileiras, mantêm-se atuantes. O racismo “à brasileira” se constrói e reconstrói mantendo desvantagens para a população negra no acesso a bens materiais e simbólicos. Práticas cotidianas de discriminação constitutivas da sociedade brasileira cumprem o papel de re-instituir a subalternidade da população negra brasileira.
No que se referem à educação, os resultados da pesquisa apontam grande desvantagem da população negra em relação à branca. As acentuadas desigualdades educacionais foram analisadas por estudos diversos. A comparação do desempenho escolar de crianças negras e brancas, com mesmo nível de renda familiar e de participação no mercado de trabalho, aponta o atraso escolar significativamente maior entre os negros, o que leva à conclusão de que o sistema de ensino discrimina a população negra.

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